terça-feira, janeiro 31, 2006

Contas Simples

Portugal é dos países da união europeia com a gasolina mais cara da União Europeia. Pelo contrário a Espanha tem a gasolina mais baixa. Os números dizem que 2/3 do que pagamos pela gasolina vai para o estado sob a forma de impostos. É caro encher o depósito do carro nos dias que correm, mas parece que há muitos portugueses que preferem fazer isso a ter mais dinheiro ao fim do mês. O que eu acho mais engraçado, é que em tempo de suposta crise, mas pessoas tenham os mesmos hábitos que em tempos de “vacas gordas”.

Falando em relação à região de Lisboa, onde os transportes públicos são uma alternativa viável ao veículo automóvel de quatro rodas:

Estive a fazer umas contas e estes são os resultados. No caso de Linda-a-Velha, o passe Metro/Carris custa €28,53 o que dá um valor de €1,42 por dia útil (20 dias por mês).
Para um automóvel que parta de Linda-a-Velha em direcção a Lisboa, com uma média diária de 30 km (dia e volta), gasta 1,5 L/dia, no caso do carro de gastar 5 L/100km. Isto faz uma média de 1,88€/dia útil. Ao fim do mês são €37,56 em combustível. Fora o estacionamento e manutenção. Poupança de €9,21/mês. Poupança de €110,52/ano.

No caso de Cascais, o passe CP/Metro/Carris custa €54,75 o que dá um valor de €2,73 por dia útil (20 dias por mês).
Para um automóvel que parta Cascais em direcção a Lisboa pela A5 (sem contar com as portagens), com uma média diária de 60 km (dia e volta), gasta 3 L/dia, no caso de o carro gastar 5 L/100km. Isto faz uma média de 3,76€/dia útil. Ao fim do mês são €75,12 em combustível. Fora o estacionamento e manutenção. Poupança de €20,37/mês. Poupança de €244,44/ano.

Não é preciso ser engenheiro para chegar a estes números. É só preciso ter um pouco de cabeça para poupar.

Reparem só mais uma coisa: Estes valores são obtidos a partir do pior cenário dos transportes públicos e melhor do carro (menor consumo). Também é de referir que só são válidos para o caso onde o veículo é ocupado por uma só pessoa, que é o que acontece na maior parte dos casos.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Rescaldo


Não posso deixar de falar outra vez em eleições. O outro dia não podia ter lido melhor notícia no jornal “Metro”. Sempre deu para rir um pouco à custa das eleições. Em baixo têm a notícia. Tirem a vossas conclusões…

Que dizem os votos nulos

Insultos, desenhos ou poemas fazem parte de cerca de 43 mil boletins

JOSÉ MOURINHO não era candidato presidencial, mas isso não impediu o treinador do Chelsea de arrecadar as preferências de vários eleitores que, no domingo passado, foram às urnas. Palavrões, mensagens de apoio, poemas agrafados, desenhos inocentes ou acintosos. De tudo um pouco pode ver-se e ler-se nos cerca de 43 500 votos nulos das últimas presidenciais.

Sabia, por exemplo: que os eleitores de Jerónimo de Sousa têm um orgulho desmedido no candidato? Muitos fizeram questão de inscrever a cruz no quadrado e assinar por baixo... para que conste.

"Vários eleitores votaram e assinaram por baixo. Aconteceu, sobretudo, com quem votou em Jerónimo de Sousa", conta ao "Portugal Diário a juíza Sónia Kietzmann, presidente da Assembleia de Apuramento Distrital de Vila Franca de ira, que analisou os boletins de Amadora, Azambuja, Loures, Odivelas e Xira.

Os chifres, as cruzes de alto a baixo, as frases "vocês são uns aldrabões", "chulos", "vão trabalhar" ou "tachos ", já são um clássico em todas as eleições, mas outra magistrada, da Assembleia de Apuramento de Oeiras, que analisou os votos dos concelhos de Cascais, Oeiras e Sintra, não contém as gargalhadas ao recordar a imaginação dos eleitores.

Uma eleitora de Sintra resolveu levar um poema de casa. Agrafou-o ao boletim de voto; outro utilizou todos os quadrados do impresso para escrever um palavrão de seis letras. Mais candidatos houvesse e maior seria o palavrão!

O espírito mais analítico de um eleitor de Cascais levou-o a descrever a situação de cada candidato. Os comentários até revelavam acutilância e cultura geral qb. Pena que o arrazoado tivesse sido escrito no boletim de voto que acabou, obviamente, invalidado.

No concelho de Caia, um eleitor desenhou uma cruz perfeitinha no quadrado pretendido, mas sentiu necessidade de explicar a decisão. "Voto neste porque é o que tem ideias mais firmes."

Quem não gostou da ideia foi a Assembleia de Apuramento Distrital de Gaia/Gondomar, que invalidou mais este voto.

O eleitor saudosista pede "ao Dr. Salazar que nos proteja", o monárquico escreve "Viva o Rei" e a devota de Francisco Louçã pede favores ao candidato no verso do boletim. "Senhor Dr. Louçã, se for eleito por favor tenha em conta as nossas necessidades, porque existe muito desemprego no pais." Um pedido fatal para o candidato apoiado pelo Bloco de Esquerda, que aqui perdeu mais um voto... e logo de uma apoiante fervorosa.

SLB ganha na Amadora
Na Amadora muitos eleitores votaram SLB, figura conhecida, apesar de não estar na corrida. O mesmo não se poderá dizer-se de um tal de "Osvaldo", que recolheu a preferência de um interessante número de eleitores.

Muitos agem deliberadamente para anular os votos, mas ajuíza Sónia Kietzmann ficou "chocada com o número de votos nulos por desconhecimento". Dos cerca de cinco milhões e meio de votos nas eleições presidenciais de domingo, cerca de 43 500 foram anulados.

Corresponde a voto nulo, o boletim com mais do que um quadrado assinalado, com cortes, rasuras ou que contenham quaisquer escritos. Um cidadão de Sintra deixou mensagens personalizadas aos candidatos. "Ah poeta"; "És velho, vai descansar"; "És um demagogo", são apenas alguns exemplos.

CLÁUDIA ROSENBUSCH

in Metro 27/jan/2006

domingo, janeiro 29, 2006

Juntando Tudo


A fé é universal. Os nossos métodos específicos de entendê-la, é que são arbitrários. Alguns de nós rezam a Jesus, outros vão a Meca, outros estudam partículas subatómicas. No fundo, andamos todos simplesmente à procura da verdade, 1 verdade que é maior que nós.”

in Anjos e Demónios by Dan Brown.

É engraçado como é possível meter tudo no mesmo saco, expressão não muito bonita, mas não menos simples e verdadeira.
Fez-me pensar, fez-me modificar a maneira de procurar a maneira de descredibilizar o outro. Mas continuo a dizer, de uma forma mais serena, que a ciência procura a verdadeira resposta às perguntas, virando as costas para as respostas simples dadas pela religião. É que convêm ter prova para ser credível.