segunda-feira, fevereiro 27, 2006

179,9 graus

Hoje foi mais um daqueles dias com os últimos que tenho passado, e pensava eu que até me deitar não aconteceria nada de mais. Mas por acaso aconteceram qualquer que eu disse para mim: “Olha, ai está algo que não me acontece todos dos dias”.

Tudo começo tudo com um conversa telefónica, que me deixou com um sorriso no rosto, estilo daqueles que se fica quando uma situação não foi “exactamente” como nós estávamos a pensar, e de certo modo vimos que talvez não devêssemos ter feitos o que fizemos. Traduzindo isto por uma expressão, “Ops!”, acho que explica muito.

No
MSN, alguém me pediu uma catana. Mas que raio ele quer uma catana? Tenho uma no Alentejo que normalmente uso, e que está corta muito bem, mas cá só tenho uma a decorar a parede, que não corta nada bem, sendo por isso que está ali. Depois perguntou-me se não queria ir ao Carnaval de Torres Vedras, fiz uma cara feia e disse que não. Continuou com a história da catana e fez-se luz! Ele queria a catana para o Carnaval! Duh! “Passa por ai e empresto-te, claro!” escrevi. Ele gosta de uma personagem de filmes de terror e só lhe faltava a peça principal. Quando lhe entreguei a catana, cobriu logo a lamina com várias tiras de fita adesiva, “boa atitude”, pensei.

Depois do jantar estive a ver um filme (“How High”), onde uns blacks fumavam todo o tipo de misturas maradas, conseguiram entrar para Harvard, e fizeram lá das suas. Umas boas gargalhadas, que me deixaram logo com disposição para escrever esta parvoíce toda, ao som da banda sonora de “Mr. and Mrs. Smith”, e do meu telemóvel a dizer que está com falta de bateria. “O que ele quer sei eu!”. Ele adora quando lhe enfio um fio pelo traseiro a cima!(ou n) Ilumina-se todo!

Sintra - Cascais


Deixem o carro em casa e usem os transportes públicos ao domingo. O ponto de encontro é na estação de Sintra, ou na estação de comboio/metro de Sete Rios/Jardim Zoológico ou estação de comboio/metro do Cais do Sodré (a combinar melhor). Em todo o caso 11h na estação de Sintra (ponto de partida).

Temos comboio para Sintra, na estação de Sete Rios às 10:19 com chegada a Sintra às 10:55 (preço do bilhete €1,30)

Equipamento:
- Qualquer coisa para o almoço e não esquecer água;
- Um bom par de ténis ou botas;
- Se for o caso qualquer coisa quentinha (não se empresta roupa e o cavalheirismo é, neste caso, coisa de filme);
- Boa disposição.

Inscrevam-se no Folotog (www.fotolog.net/calvin_de_lx) ou Blog (http://sozinhoentreamultidao.blogspot.com/), ou então sms para meu telemóvel.

domingo, fevereiro 26, 2006



Ninguém

Ninguém

Desta vez senti-me sozinho. Sei que vai contra o que sempre tenho dito, sobre como gosto de fazer estas coisas, mas hoje foi diferente. Hoje era aquele dia onde vos ia mostrar o meu mundo, talvez para vocês me compreenderem, perceberem melhor. Onde poderia justificar aquilo que sou, com o que sonho, o que amo, aquilo que me faz pensar.
Porque fui? Sábado em casa, domingo em casa? Não obrigado.
Gosto de este tipo de coisas. Ser deixado em qualquer sítio, e estar por minha conta, ter um objectivo. Sentir os elementos, sentir o local.
Mas tenho de acabar dizendo algo positivo do tipo, a serra continua lá, não fugiu e não vai a lado nenhum, por isso tenho a certeza que vai haver uma a próxima…

sábado, fevereiro 25, 2006

Encontrei este site sobre bilhetes antigos dos transportes públicos. Foi engraçado ver bilhetes de Metro e Carris que usei em tempos. Regresso ao passado. O site tem todos os bilhetes, desde a fundação das várias companhias de transportes públicos, e ainda outros. Vale a pena ver.

http://bilhetes.no.sapo.pt/

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

20 minutos de terror

3 pitas no autocarro, ao meu lado.
Realmente quem disse que o homicídio é crime, de certeza que não analisou todos os casos.
Memorando: sugerir à Carris lugares do tipo dos deficientes, mas dentro de uma cabine à prova de som, totalmente estanques, ou então acentos ejectáveis. Concretizar sugestão com a máxima urgência.
20 minutos a levar com um perfume, que mais parecia o cheiro do detergente lava loucas de limão.
Nível de poluição sonora era tal, que o som de uma Famel Zumdap, ou de uma motoserra, faziam lembrar com uma qualquer sinfonia de Mozart.
A linguagem usada, de certeza que faria corar Fernando Rocha.
Esqueci-me de por uma coisa no memorando anterior: camisa-de-forças e um rola de fita adesiva 10cmX5m, para por fim ao sonoro.

ps – senti-me um gajo extremamente inteligente por 20 minutos e tal. 1+1=2 parecia uma descoberta equivalente ao da teoria da relatividade.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006


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Guincho

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Azóia (Cabo da Roca) - Cascais

Vou descrever parte da viagem que fiz hoje, que já tinha sido idealizada há algum tempo, mas com as combinações do próximo fds, foram levadas para a frente numa quase “missão” de reconhecimento. Gosto de o fazer sozinho, em parte porque não tenho ninguém que me acompanhe. Por vezes reconheço que não é a melhor coisa que faço. Não aconteceu nada de mal, mas estive numa praia onde tive de usar uma corda para descer, e para chegar à corda…, por exemplo. :P
Adiante.
Tudo começo com um horários de autocarro da companhia Scotturb, para o cabo da Roca, que arranjei a algum tempo atrás. “Ir ao cabo de autocarro…” pensei eu. Não sou grande fã do carro apesar de reconhecer as suas vantagens.
Ontem à noite acertei as horas. Primeiro o transporte menos frequente, a carreira 403 que vai até ao cabo, ver uma hora boa para lá chegar, 14:39 (no horário). “Tenho cerca de 4 horas antes do sol de por, deve ser suficiente”, pensei.Fazendo o percurso contrário, horário de comboio para chegar a Cascais antes do autocarro partir, sair de Algés ás 13:29, e finalmente carreira 51 da Carris até Algés ás 13:13. Logo, almoço antes das 13 horas. No prob.
Dia de sol, não há desculpas para não ir, mas o frio requeria material extra. 11 ºC indicava o meu termómetro que estava à sombra. Alem da camisola verde, levo já vestida outra camisola muito estranha, que é feita de um material elástico isolador, que não prende os movimentos. Um casado impermeável que é bem quentinho, vais na mochila, pois tenho a certeza que o vou usar. Nos bolsos tem umas luvas que talvez dêem jeito. Água, barras energéticas, máquina fotográfica, pilhas, coxa elástica. Fechar a mala e está pronta para ir.Estação de Algés, 7 minutos antes da chegada do comboio. Algum vento gelado impele-me a arranjar uma coluna onde me proteger. 6-5 minutos começo a aquecer com o sol que esta forte. 4-3-2 minutos as pessoas começam a agitar-se, levantam-se e caminham para locais da plataforma que lhes dá acesso ás carruagens da frente do comboio. 1-0 minutos entro no comboio e começo a escrever.
De vez em quando olho pela janela. Imagens dignas de uma fotografia. Mas não há tempo para tirar a máquina. São únicas e duram pouco tempo. Fico com elas na memória, egoistamente (que palavra estranha).

Viagem a partir de Cascais foi boa. Poder ver aquela paisagem à medida que se subia, sem estar preocupado em guiar foi excelente. Desci-me na Azóia, porque o tempo começou a parecer não ser muito, e a seu tempo, o tempo me deu razão. Acabei por chegar à estação de Cascais 4 horas depois, já no lusco-fusco.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Chave

Não haverá melhor chave para aceder as nossas memorias, guardas na nossa cabeça, do que as fotografias. Não me estou a dar razões para as fotos que tiro (que, verdade seja dita, não é por este motivo), mas porque gosto. Por vezes dão-nos acesso ao “arquivo” permitem-nos tirar as respectivas boas memórias para, em certos momentos, nos elevar o espírito (ou n).
Esta foto foi tirada ainda na era do 35 mm, quando se tinha de pagar pelo rolo e pela revelação. Mas também me lembra do tempo em que conseguia controlar a velocidade de obturação, de modo a expor a película o tempo suficiente à luz, para conseguir fotos como esta. Recorda-me dos 28 mm da objectiva que permitia grandes angulares como desta foto.
Mas estou a dizer mal da máquina que tenho agora, mas estou-lhe a apontar várias limitações. Como costumo dizer, quanto mais se sabe destas coisas, mais caro é o material fotográfico que exigimos. Já não basta que tire uma foto. Começa-se a ter olho para aquelas fotos que exigem um pouco mais da máquina.

Mas principalmente relembra-me também as férias que tive à 5 anos no Gerez, que me deram a conhecer uma bela região do Pais. Faz-me lembrar das duas malucas que foram connosco e que um dia ficaram na borga e que ao regressar ao parque de campismo, se ouviam à distância. Ou então no gelado de 500$00 com não sei quantas bolas de gelado e chantilly e caramelo e não sei que mais. Ou aquele celebre jantar que fomos servidos por uma senhora que estava grávida, onde demoraram um tempo infinito a servirem, e onde alguém realçou o facto de estamos a ser servidos por 2 pessoas. Ou aqueles banhos nas cascatas; os 700 m que percorríamos todos os dias até à vila; a quantidade de moedas que deixamos nas máquinas de trivial e matraquilhos ou o parque de campismo que tinha um rio a passar ao lado com uma cascata, etc…

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Polémicas


A polémica dos cartoons de Maomé tem tido contornos completamente ridículos, mas conhecendo os seus protagonistas, o ridículo dissipa-se instantaneamente.A ideia dos cartoons não foi muito feliz, mas na parte do mundo que é civilizando, a liberdade (qualquer que seja) é sagrada. Há formas de reagir contra possíveis ofensas, mas nenhuma delas passa pela violência.O outro dia estive a ver o "Reino dos ceus" (Kingdom of Heaven), onde cristão e muçulmanos andavam às turras por causa de cidade "sagrada" para ambos. A acção era passada há cerca de 900 anos. Era uma época onde o fundamentalismo religioso estava no auge, e na Europa se vivia numa incerteza em relação ao futuro.Felizmente a Europa evoluiu, deixou esses tempos para trás, mudou a sua mentalidade, e com a separação do estado da igreja, tudo um conjunto de tolerância ao novo foram fortalecidas de modo que conseguimos ser o que somos hoje.Em relação as pessoas que são associadas ao Islão, os árabes, não evoluíram nada desde à 900 anos. A única coisa que mudou foram as armas que usam. Usam também a sua religião para justificar este complexo de inferioridade que têm em relação ao ocidente, e à inveja de este ter conseguido separar as água e evoluir.Não somos melhores que eles, até o provarmos, mas a nova mentalidade é.Os árabes são o que são no mundo por causa do petróleo, e infelizmente para eles, não têm a cabeça para aproveitar isso a seu favor.
Quando acabar o petróleo, eles deixam de existir, e todos aqueles impérios que se formaram nesta ultimas décadas, vão ruir porque não estão a aproveitar este anos de vacas gordas (que não são poucos) para se adaptarem aos maus anos que viram.

Explicando...


Sentimento a precisar de uma conversa e reacções não muito boas a situações, marcaram o início do fds. Não foi por mal que fiz o que fiz, sou assim e estava a sentir que as coisas poderiam ir para situações, cenários ou sentimentos que seria mais difícil e/ou mais dolorosos sair mais tarde. Por isso não te fui dizendo nada, para não criar falsa ilusões e esperanças.
Desculpa se desiludi. Mas penso que não há problema nenhum em convidar alguém para almoçar.;)

Passadeira de acesso à praia, Praia de Faro

Praia de Faro

Praia de Faro

Praia de Faro

Ria Formosa, Praia de Faro

Praia de Faro

Osga, Praia de Faro

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Fechem os olhos

Inspirem
Inspirem
Inspirem
(sem pressas)

Expirem
Expirem
Expirem
(com toda a calma)

Abram os olhos

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Reunião de Condóminos

Estava eu tão sossegado no meu cantinho as ondas a bater nas rochas em São Pedro do Estoril, quando o telemóvel toca e do outro lado reponde-me uma voz, sempre hesitante (não sei porque, pouco à vontade) do Eng. D.: À e tal “…reunião de condóminos do prédio em Lisboa…” 4ºf . Tudo bem. Já há algum tempo que ele tinha comprado o r/c do prédio, ia começar obras em breve e precisava de se formar um condomínio para resolver certos assuntos legais.
A reunião era em casa da senhora que mora no 1º andar, tudo muito fino e tudo sempre de sorrisos, tipo revista cor-de-rosa. A reunião era com todos os inquilinos, o que queria dizer que finalmente ia conhecer o “famoso” do 3º andar, que tinha um cabeleireiro algures em Lx, e que a senhora do 1º achava simpatiquíssimo, e que tinha vindo de Paris há pouco, e que a senhora do 1º adorava, e que como todos os cabeleireiros (que vestem calcas de cabedal) é mais para lá do que para cá. Tão a perceber? Joga na equipa contrária, é peixinho de mar, veado… pronto é g..
Adiante.
O monsieur falava muito pouco português, mas percebia um pouco melhor, por isso a reunião foi ½ em português, ½ em francês. Por outras palavras, a parte em francês devo ter percebido foi cerca de 70-80%.
Fiquei a saber que aquela zona é, neste momento, a mais cara de Lx, o que me espanta devido aos graves problemas de estacionamento. Por outras palavras, vieram ter comigo todo o tipo de pessoal com dinheiro e com manias que eu não… aprecio. Vocês já estão a ver a salganhada que veio ter comigo. Para que me conhece sabes que não é nada o meu ambiente, mas pronto, adapte-se, está a ouvir?

Só mais uma nota apesar de toda esta má língua, o Eng D., é uma pessoa muito à frente em relação ao meio ambiente. Tem soluções muito simples e ecológicas para uma casa/vivenda para famílias numerosas. Tenho quase a certeza que se houvesse em Portugal milhões de pessoas com esta mentalidade, este pais era (um pouco) melhor.
Claro que podem-me dizer “…mas ele tem dinheiro…”. Também é verdade, mas não é o soficiente…

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Não é possível!
Não posso acreditar!
Tá tudo doido?
Tou farto disto!
Quero gritar!
Arranjem-me 1 buraco!
Mais uma vez?
Bazem!
Pirem-se!
Saiam da frente!
AH AH AH AH!

AH AH AH!
ah ah ah!
ah ah!
ah!


Esta tirei eu do Sapo :P

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Dia dos solteiros

“Farto de tampas, farto de esperar, farto de estar farto, vou sair de casa e pedalar.”

Rcrd

Volta do dia: Linda-a-Velha, São Pedro do Estoril.

Missão: Aproveitar a tarde de sol para conhecer um pequeno passeio marítimo, em S. Pedro do Estoril, que vejo muitas vezes quando passo lá de carro, e que sempre tive curiosidade de explorar.

Não pude deixar para mais tarde. Começa tudo como sempre, com a bela vista do Alto de Santa Catarina sobre a barra do Tejo, e que em períodos de bom tempo é um cenário magnífico com o sol a reflectir, cor de prata, nas águas. Sempre a descer em direcção a passeio marítimo da Cruz Quebrada encontrei, quando lá cheguei, um mar um pouco bravo e a querer invadir a terra. Havia sinais no chão do spray provocado pelas águas a dar nas pedras.
Uns quilometros depois, já no passeio marítimo de Oeiras, a primeira prova de que o mar não estava nos seus melhores dias. Por várias vezes o mar chegou ao passeio, e molho-o a toda a largura. Mares vivas, o motivo.
Como tinha tempo fui dar uma volta pela nova marina, e ver os bares construídos por lá. Sitio muito agradável para dar uma volta de bicla. É pequeno, mas para que mais?
Tive uma ideia. Porque não abrir um bar por aqui? Boa ideia, tarde de mais. Já esta tudo concessionado e é compreensível.
Carcavelos está em obras, mas começam a revelar sítio engraçados sobre as rochas, lá para os lados do forte de São Julião.
Em São Pedro do Estoril, novo sitio para uns copos e espaço ainda para pequenas exposições. Mais a frente sobre as rochas foi construído um varandim, com escada de acesso. A vista sobre o mar é impecável e ainda mais com as mares vivas é um espectáculo. Ao bater nas rochas a água eleva-se a uns bons metros no ar (foto de baixo). Muito bom.
O passeio marítimo em si tem uma série de recanto engraçados com uma bela vista sobro o mar. Não esquecer uma ponte de madeira sobre a ribeira de ……, estando a sua foz a cerca de 4 metros de distância, onde a água cai em cascata sobre o mar.


Estádio Nacional, no seu melhor*

*Qual dos sentidos é o proibido? Pelas regras de circulação de transito é proibido o da esquerda, mas será mesmo (neste caso)?

Dafundo, no seu melhor

A força das palavras


História dos homens é feita de palavras. São elas que comandam os acontecimentos e os passos que o mundo dá, umas vezes para a frente, outras vezes para trás. E uma simples frase pode corresponder a um salto da civilização.
Esta frase, por exemplo: “I have a dream!” (Eu tenho um sonho!). Dos homens e mulheres de hoje, poucos terão ouvido o discurso de Martin Luther King em Washington, no dia 23 de Agosto de 1963. Mas toda a gente sabe o que ela significa e o impulso que deu à luta dos negros norte-americanos pela igualdade de direitos cívicos e políticos.
Há frases que se tornam malditas porque estão ligadas a acontecimentos e lugares sinistros. Mesmo quem não domine o alemão é capaz de sentir hoje o horror associado à cínica divisa do campo de Auschwitz: “Arbeit macht frei!” (O trabalho liberta!). Do mesmo modo que compreende a vigorosa determinação que J.F.Kennedy soube transmitir aos berlinenses cercados pelo muro da vergonha com esta afirmação tão simples: “Ich bin ein berliner!” (Eu sou um berlinense!). Era uma expressão de solidariedade com os habitantes de Berlim, quando a parte ocidental da cidade se tornou uma ilha para lá da cortina de ferro; mas era, acima de tudo, uma poderosa declaração de guerra aos eventuais planos de progressão do Pacto de Varsóvia para Ocidente. Com aquelas palavras, Kennedy fixou a última fronteira da Europa entre a liberdade e o totalitarismo, no auge da Guerra Fria.
Quem leia hoje o discurso do general Patton aos seus homens em vésperas do Dia D
(“o verdadeiro herói é o homem que combate, apesar de ter medo”) fica com a certeza absoluta de que essas palavras por vezes toscas e brutais de um grande cabo de guerra (“Nem todos vocês vão morrer...”) são uma parte, porventura decisiva, da vitória sobre o nazismo.
A força das palavras é
, pois, a força da humanidade. Ela está nos livros que as preservam e no-las devolvem para melhor compreendermos o mundo.


Fermanda Madrinha
(Editorialista do Jornal Expresso)

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Tapa buracos

E perguntão vocês: “mas que raio de confusão vai para cima daquela mesa?”
Então eu respondo: Kit de arranjo de um saco de água quente.
Tapar buracos com silicone, a partir da parte de dentro do saco.
O que é preciso? (alem do tubo de silicone):
2 palhinhas e fita cola (para conseguir chegar as local da fuga);
1 sistema qualquer de iluminação para se ver o que se está a fazer dentro do saco, neste caso 1 transformador para alimentar uma lâmpada de 2,4V (teve de ser esta lâmpada para caber no buraco do saco);
1 arame comprido para ajudar a mover a lâmpada e palhinhas por onde passa o silicone.

E já está.

sábado, fevereiro 11, 2006


Momento de descanso, Praia da Ursa

Altitude: zero metro

Descida ao paraíso, como lhe chamo. Largos minutos de descida muito lenta, muito má, de muita pedra solta, mas depois só o mar, área e mais nada. Meia dúzia de cantinhos e cenários tirados de um qualquer filme, ou então o filme veio tirar ideias aqui. Por todo o lado saem rochedos do mar, como se quisessem proteger a praia de um dia o céu lhe cair em cima.
Não queria viver aqui, só queria vir aqui mais vezes. Mas acompanhado para partilhar este mundo com alguém.
Arranjo uma rocha para me sentar. Descanso estas pernas e fico à espera. Encosto a cabeça e vejo as nuvens a passar. Nuvens baixas, nevoeiro alto, corre rápido, coisas da serra.
Entre as rochas o sol vai descendo em direcção ao horizonte.
Tenho frio. Visto mais qualquer coisa. E ouço o mar…

Lirio, Praia da Ursa

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Temperos

Muitos restaurantes abandonaram já o tradicional galheteiro, antecipando um diploma que obriga a servir o azeite em embalagens invioláveis, uma medida aplaudida pelos defensores dos consumidores que apenas lamentam que o vinagre tenha sido deixado de fora.

A Associação Portuguesa do Direito do Consumo (APDC) salientou que a portaria que entra em vigor quarta-feira "salvaguarda acima de tudo a saúde dos consumidores", uma vez que os galheteiros não são muito higiénicos e permitem adulterações ao produto…”

inAgroNotícias”, 10/jan/2006


A notícia continuava por ai fora, mas o essencial do que quero desenvolver está nestes dois parágrafos. A medida é interessante, pois visa principalmente a higiene e a salvaguarda o produto.

Mas olhando para aquilo que normalmente os restaurantes põem em cima, quando nos sentamos à mesa (conhecidos por entradas), e falando em termos de higiene, vejam como são apresentados, todos aqueles queijos cortados às fatias, azeitonas, os pastéis de bacalhau, ou o que for que não tiver embalagem. Já pensaram que por vezes (para não dizer na maior parte), esses “pratinhos” andam de mesa em mesa (porque por vezes não são comidos) até que há um cliente que os resolve comer? Não será pior que o azeite?

Espero que tenham percebido o que quero dizer, não quero imaginar ou fazer imaginar o que se passa dentro da sua vida útil nos restaurantes.

Para quando uma legislação nesse sector?

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Linhas Cruzadas

O que é mais preciso com os mapas das linhas do metro de Londres ou Paris?
2
palavras: nossa vida.

Eu vejo a vida de cada um como uma linha recta, onde de todos os lados vêm outras linhas que se cruzam com esta, a nossa linha, em diferentes espaços temporais.
Por vezes essas linhas vêm do infinito, passa pela nossa e voltam para infinito.
Há linhas que mudam de cor com o tempo.
Existem outras às quais erguemos barreiras, outras vão-se afastando devagar até não a vermos mais.
Há linhas que vão e vêm, e as outras que simplesmente acabam de repente sem querermos perceber o porquê.
Por vezes as linhas cruzam-se e seguem paralelas com a nossa, por vezes aparecem duas linhas juntas onde uma delas acaba por se separar e ir outra vez para infinito.
Por vezes essas linhas separam-se mas continuam paralelas à minha linha, mas uma de um lado e outra do outro.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Recordar

Recordar era um truque da filosofia budista. Em vez de pedir ao cérebro que encontrasse uma solução para um desafio potencialmente impossível, pedia-se-lhe apenas que recordasse, com o pressuposto de que a pessoas soubera em tempos a resposta. Criava-se assim a convicção íntima de que essa resposta teria existido, eliminando assim a incapacitante sensação de impotência.”

inAnjos e Demónios by Dan Brown.

É engraçado ler isto, porque usava uma técnica diferente que por vezes dava o mesmo resultado. Lembram-se quando eu vos dizia para se porem em cima da vossa cama e verem o que estava em volta? É diferente daquilo que estavam habituados a ver, mas continua a ser o vosso quarto.
Então abstraindo-nos do problema, vemos de onde vem e quais as suas bases. Por outras palavras vira-lo do avesso ou ainda vemo-lo de outro ângulo.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Posso dizer uma asneira?

Ontem à tarde fui dar uma volta de bicicleta. Decidi ir até ao passeio marítimo de Oeiras. Já esperava que encontrasse muito pessoal pois era domingo. Tudo bem. Foi um passeio agradável até lá.
Depois de entrar no passeio pelo lado este, por uma inclinada rampa, o pessoal era realmente de muito. Foi uma aventura para atravessar os 2400m do percurso. Grupos de pessoas, que passeavam despreocupadamente ocupando toda a largura do passeio, crianças a correr, andar de patins em linha ou bicicleta que mudavam de direcção de qualquer maneira, outros ciclistas que circulavam a alta velocidade com o ar que aquilo era tudo deles, etc. Enfim, típico português, foi uma aventura mas foi divertido, tento a minha calma e equilíbrio a baixa velocidade prevalecido sobre tudo o resto. “Andar na marginal no meio dos carros é mais seguro!”pensei eu “Velhos tempos…”
Mas o que mais me impressionou foi o modo como se vestiam as pessoas. Até me senti intimidado com a minha camisola e calças de fato de treino, e minha bicla de €150 comprados no Decathlon. Todas vestidas para o passeio de domingo, senhoras de malinha da moda todas pipis e tal.
Fiquei a saber que a marina perto da Piscina Oceânica já está construída. Construíram um molhe de protecção que fica mesmo em frente do Bugio. Como é de mais difícil acesso, havia por lá poucas pessoas, alguns pescadores e umas rochas fixes para me sentar e contemplar o mar. No entanto, não me livrei de um bando de histéricos miúdos em patins em linha com os respectivos pais, e uma miudinha com uma bicicleta sem óleo na corrente, que fazia uma chiadeira como as cordas da roupa da minha vizinha*. A coitada fazia mais esforço a tentar fazer mover a corrente mas rodas dentadas, do que a avançar…
Foram uns momentos fixes a escrevinhar parvoíces no meu caderno, a ouvir o mar, a apanhar um pouco de sol e a ver os barcos a passarem (porque com a algazarra do miúdos, o peixe tinha fugido todo para frustração dos pescadores).
De volta a casa, no passeio marítimo da Cruz Quebrada (foto), o por do sol sobre Cascais. Parei a bicla perto de umas pedras para tirar a máquina que estava dentro de uma mochila, presa por dois esticadores na bicicleta. Ao tirar um dos esticadores, escorregou-me da mão e enfiou-se entre as pedras, e nunca mais o vi. “E esta?” resmunguei “Vá lá que são dois.” Tirei o raio da foto (foto de hoje) um bocado a contra gosto e continuei. Uns 200m depois, num cruzamento comecei a sentir de mais o chão na roda de trás e pensei: “Será que é um furo?”. Olhei e era mesmo. “Bonito!”
E lá fui eu a arrastar a bicicleta monte acima do Dafundo até Linda-a-Velha

* Aquela vaka estende/apanha a roupa a horas que a malta está a dormir…

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Regresso

"A fotossíntese é o processo através do qual as plantas, transformam energia luminosa em energia química processando o dióxido de carbono (CO2), água (H2O) e minerais em compostos orgânicos e oxigénio gasoso (O2).
A clorofila é responsável pela absorção de energia luminosa que será utilizada para numa reacção complexa onde o dióxido de carbono reage com a água, formando-se glicose (base dos hidratos de carbono), libertando-se como resíduo desta operação, moléculas de oxigénio.”

in "Wikipédia".

Penso que isto não é assim grande novidade. Mas o que um dia me veio à cabeça foi que quando há incêndios, todo este carbono proveniente do CO2, e durante anos foi absorvido pela planta ou arvore, combinar-se novamente com o O2 e volta para a atmosfera.
Por outras palavras, só com os incêndios é que temos a noção, da quantidade de toneladas de CO2 que são absorvidas todos os anos, pela nossa cada vez mais pequena mancha verde.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Será que Existe?

Não sei se lembram de uma cena no filme Matrix Reloaded, onde Neo está à procura do Keymaker e entra numa sala completamente cheia de chaves colocadas nas paredes?

Hoje fui à Baixa à procura de uma casa que vendesse cabides, porque tenho um que esta partido, e queria ver se arranjava um igual. Por ter uma forma especial, é difícil de arranjar em qualquer casa e ferragens.
Lá me indicaram uma casa para os lados do Coliseu. “Casa antiga”, disseram, “com muita coisa dessas. Pode ser que lá encontre”.
Bom, quando entrei, dei um passo e parei, olhei à minha volta e disse para mim, “Uou!”.
Parecia que tinha passado algum portal, que me tinha transportara para uma outra dimensão paralela.
As paredes estavam forradas com pequenas gavetas. Funcionando como puxador, estava uma amostra dos objectos que se encontravam no interior. Podia-se ver todo o tipo de:
Puxadores, cabides, maçanetas, borla, dobradiças, gonzo, bisagra, quício, batente, asas, cremones, leques, fechaduras, ferragens, etc. em madeira, porcelana, metal, latão, alumínio, polidos, cromados, oxidados, murçados, dourados, niquelados, etc., menos aquilo que procurava...

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Contradição


É engraçado como uma coisa tão simples e natural, possa causar tanta alegria. Foi o caso da neve que caiu domingo, curiosamente a um domingo onde as pessoas têm mais tempo para desfrutar das pequenas coisas. Fui um dos poucos que não vi cair neve, e pouco vi o resultado da sua queda.
Pelos relatos históricos, à 49 anos foi a ultima vez que caio neve em Lisboa, em quantidade que se visse. Não sei qual a penúltima mas por acaso era curioso saber, pois este tipo de fenómenos repete-se de tempos a tempos, por vezes em intervalos tão grandes que só há memórias escritas desses acontecimentos.
Adiante.
O que é engraçado com tudo isto, é que poderá acabar por ser uma contradição. Como as provadas alterações climáticas que têm existido por todo o planeta, será que este fenómeno se vai repetir mais frequentemente? Será que pela primeira vez (que eu me lembre) 1 coisa má vá dar origem a uma coisa inédita, que trazem a alegria a milhares de pessoas?
Não deixo de esboçar um sorriso, na possibilidade de dizer aos Lisboetas que por andarem de carro em vez que transportes públicos, faz aumentar a probabilidade de nevar é algo controverso mas não menos cómico…

Terça-feira curiosamente saio no jornal “Publico” um artigo sobre este assunto. Não o tive oportunidade de ler, mas achei piada, pois tinha escrito este texto segunda-feira.