terça-feira, dezembro 05, 2006

Momento do dia

No meio de um apresentação PowerPoint que estava a fazer precisei de um foto especifica, que sabia que o pessoal com quem trabalho tinha. Depois de algum tempo a ser procurada, foi encontrada e o dialogo foi o seguinte de um lado para o outro da sala:
- Esta serve? É um bocado pequena… - disse o S.
- Não faz mal, serve na mesma – respondi
Tudo normal para um troca de informações sobre a tal foto, se não fosse a passar nesse preciso momento um rapariga que trabalha por cá…

segunda-feira, novembro 20, 2006

Cogumelos



quarta-feira, novembro 01, 2006

Feriado

Foi só há poucos meses que a minha vida mudou, com a entrada no mercado de trabalho, mas coisas engraçadas em relação ao dias da semana aconteceram:
As semanas começaram a passar à velocidade da luz, os fins-de-semana são muito longos e os feriados (quando não são à 2ºf ou 6ºf) são a coisa pior que pode haver.
Feriados. Quando à 4ºf (como hoje) ou 5ºf, cortam completamente o ritmo da semana e como está tudo fechado (serviço, bancos, etc.) acabo sempre por ficar em casa à espera que chegue o dia seguinte. Às 5ºf ainda são piores porque é quebram um ritmo de trabalho da semana, para se voltar a começar por um dia, parando tudo outra vez. Não tem muita lógica os feriados às 5ºf não serem passados para as 6ºf. Era bom para todos, porque fins-de-semana de três dias sempre dá para combinar alguma coisa mais, continuamos a trabalhar 4 dias na semana anterior mas sem cortes.

Uma estatística interessante que gostaria de ver feita era, daqueles que não trabalham devido ao feriado, quais os que realmente utilizam o dia, para comemoram, prestar homenagem, ou outra coisa, a que maioria dos feriados se referem.

domingo, outubro 22, 2006

A verdadeira Serra


Por entre ventos e gotas, passei por o que me pareceu ser moitas
Protegendo-me o arvoredo, circulo por estes caminhos sem medo
Em cada curva da estrada, a água faz questão de acompanhar mais esta tirada

Sem legendas nem indicações, lá esta ele alheado destas condições
O que a sombra guarda? Castanhas espalhadas pela estrada

Lá ao fundo a curva, sempre distante de turva

Tenho plena noção, que as estradas da serra estão mas linhas da palma da minha mão
O caminho do acordar do sonho, reflecte um futuro pesado e enfadonho

terça-feira, outubro 10, 2006

Nuvens









domingo, outubro 08, 2006

Palhaço com água à volta

Mais uma vez o governo Regional da Madeira ultrapassou limite máximo de endividamento que tem direito. Mais uma vez achou que estava no direito de ultrapassar a lei, para financiar os numerosos gasto do regime. Mas desta vez o governo PS que muita gente critica de “não fazer nada, blá, blá, blá”, teve a coragem de aplicar a lei e mandou suspender a transferência de uma verba de cerca de 50 milhões de euros.

“Recorde-se que a violação das regras orçamentais foi denunciada pelo Ministério das Finanças no passado dia 29 de Setembro através de um comunicado onde era analisado o reporte de défice excessivo enviado pelo Instituto Nacional de Estatística para Bruxelas. Na altura, as Finanças diziam que a questão estava a ser analisada tecnicamente, mas que a violação do Governo Regional poderia implicar um corte de 140 milhões de euros nas transferências para aquela Região Autónoma.”

Claro que o “exilado” tinha de fazer logo o seu show off dizendo:
"Estamos numa situação de claro ataque político à Madeira", sublinhava Jardim, adiantando que "ou este país se vê livre deste ministro das Finanças (...) ou mais desemprego, mais fome e mais tragédias cairão em muitos lares portugueses".

Como é possível este tipo, estando a viver à custa dos portugueses que vivem no continente, ter tanta lata de falar assim de quem o sustenta. Como é possível haver à mais de 20 anos um regime PSD na Madeira que toda a gente conhece e nada é feito.
E já agora porque elegeram aquela coisa como Presidente da Republica que tem a autoridade para parar este tipo de situações, e que não faz nada. Pois, já me esquecia, é os PSD. É o que interessa…

Em Publico, 7 de Outubro de 2006

sábado, outubro 07, 2006

2 h à beira rio

Aproveitando o tempo generoso do dia de sábado, um passeio à beira rio é sempre bom para acalmar o espírito.
A ideia correu as mentes de muito que se debruçaram nas margem para ver a água a correr, poucos apercebendo-se de que era uma das maiores marés dos últimos 20 anos, dado o alinhamento dos astros.
Vindos de terras onde a probabilidades de bom tempo é baixo, os turistas aproveitavam as últimas horas de sol antes de mais um Inverno rigoroso quer nevasse ou fizesse chuva.
A desfrutar a relativa e preciosa calmaria em tempo de maré-alta, uma prova de remo sulcava as águas turvas do rio, que não se cansava de fluir sempre no mesmo sentido.

Mas margens, todos observavam silenciosos o desenrolar dos acontecimentos, cada um a seu jeito. Ignorando as águas duvidosas, muitas canas de pesca apontadas ao céu tentavam fazer o que o homem não conseguia fazer com as suas próprias mãos.Fez-me lembrar a mãe pata com os seus patinhos de arrasto, tipo (se fossem amarelos) o anúncio da PT com os gatos mal cheirosos. Sim adivinharam, um semi-rígido a arrastar barcos da classe optimist (com os putos lá dentro).
Ignorando os que se passeavam pela margem, o Infante continua vigiante, sem que o sol o demove, nem o sol o queima. Mão me admirava se um dia, atirasse à cabeça de um turista mais chato, o barco que tem na mão.

No local que é originalmente apelidado de docas, existe uma grande concentração de mobiliário de esplanada vazio, cabendo a cada estabelecimento o toque final no adorno. “Esperamos por melhor hora”, dizem-me, “hora em que temos te levar com o peso que quem se atreve a sentar por aqui, mas pelo menos dá para aquecer”.
Tentado afastar o sentimento de calor, circulei contra o vento. Estive a uns espantosos 100m de um navio desenhado para transportar pessoas em condições de luxo. Navio de cruzeiro, certo?
A foto da praxe foi deita em condições já de pouca luminosidade, indiciando mais um fim de dia.(fotos modificadas com autorização do autor)

Quem ...

É engraçado com por vezes reparo que um ou outro familiar meu, tem uma maneira de ser ou de fazer as coisas muito próxima da minha. E o que é que isto tem de tão de estranho ou fora do normal? Nada. Somos da mesma família, e é normal que isso aconteça, geneticamente falando. O que eu acho graça, é ver de onde é que as minhas qualidades e defeitos vêm. Se do pai, da mãe dos avós, dos tios, etc.
Não tenho grandes exemplos para dar, só acho piada o “quem somos” ser uma mistura de outras pessoas, como se fosse uma oportunidade de refinar ou corrigir, para a geração seguinte.

terça-feira, setembro 26, 2006

Sem fotos

Sem telemóvel, sem televisão, sem net, sem máquina digital só 1 portátil. Nada me fez falta. Foi deste fds.

Ps – portátil por trabalho, maquina digital por esquecimento. Fotos por tirar.

Fui até Faro, visitar os meus avós. Domingo até à praia foi cenário de bom tempo e almoço. A maré estava vazia que quer dizer que existe terra à vista, onde podemos encontrar todo o tipo de bivalves e crustáceos. Petiscos para alguns.
Foi um regresso ao passado, aos dias de Verão que passei por estas paragens. Andar por cima do lodo com limos, ficar com os pé cobertos de lama, andar por cima das cascas a curtas os pés (ainda estou a tirar grãos de areia destes cortes), a agarrar nos búzios e observar os seus habitantes a saírem timidamente das conchas para ver se era seguro sair, agarrar nos caranguejos e vê-los de tenazes abertas a tentarem libertar-se (lol), ver os pessoas a cavarem a terra a procura de berbigão e amêijoas.
São poucos os momentos em que temos tantas coisas viva e tão diversificadas à nossa volta. Tudo mexe na ria na maré baixa, até a areia…

sexta-feira, setembro 08, 2006

Lol

Até parece que leram este blog, o raio dos polícias. Não é que hoje, estavam lá a multar os palermas, no sitio onde deviam estar. Então era vê-los (palermas) a tentarem meter-se à força na faixa de que dá para a saída, antes que o traço descontínuo acabasse!... Desespero total, alguns mesmo tiveram que seguir em frente, hehe! Lindo! E eu a fazer razias (a pouca velocidade, como é obvio) para ser se os assustava. Que bando de tansos…

Boa Sorte (nos transportes públicos seus palermas)

quinta-feira, setembro 07, 2006

Incompetentes do Mês

O problema é sempre o mesmo: (muita) falta de civismo e incompetência das autoridades.
Para quem utiliza a 2º Circular vindo a linha de Cascais, tem no final da CRIL uma ligação que facilmente fica atafulhada de carros. Há muitos chicos espertos que passam à frente de todos (da fila que se forma ao longo dos últimos metros da CRIL) e entram nessa ligação já pela raia. Nota informativa, esse tipo de atitude dá apreensão de carta e inibição de condução por uns meses.

Ora depois ver esses bananas a conduzir, resta-me só perguntar onde está a polícia de trânsito para regularizar a situação, e aliviar as estradas por uns meses deste tipo de criaturas. Mas não é que tenho a resposta para esta pergunta: Estacionados a ver o trânsito passar já em plena 2º circular, estacionados em cima de umas raias que lá estão, logo à saída esta ligação, num sitio onde já não acontece nada.

É impressionante como a polícia de trânsito consegue ser tão incompetente na actividade de que eles tanto gostam: caça à multa!

Boa Sorte

terça-feira, agosto 29, 2006

Últimos quilómetros

Foi a noite que pior dormi. O vento frio que sopra da serra entra por todos os buracos da tenta, e depois no saco cama. Tenho vestido duas camisolas, dois pares de meias, calças de fato de treino. Estou dentro do saco cama e por cima ainda tenho uma manta que geralmente uso para cobrir o fundo do porta-bagagem. Ultima nota, estamos no meio de Agosto, não era suposto estar uma temperatura amena? Levantei-me às 7:30, pois já estava farto de estar com frio e acordado. Comecei a arrumar tudo, tomei o pequeno-almoço e às 9:00 estava a caminho de Linhares.
Dirigi-me novamente para norte através da N17. De sublinhar a falta de placas indicadoras de direcção que, se não fosse o meu bom sentido de orientação, me teriam causado grandes problemas.
Chegado a Linhares, estacionei o carro no Largo da Misericórdia, onde está a Igreja da Misericórdia e onde uma Calçada Romana (foto) vai dar, que antigamente ligava Mangualde a Linhares. Existem enumeras janelas manuelinas espalhadas pela aldeia, mesmo na judiaria. A Igreja Matriz, de Nossa Senhora da Ascensão, possui no seu interior tábuas pintadas que revestem as paredes e que são atribuídas a Grão Vasco.
O castelo é constituído por duas torres ligadas por uma muralha. Uma delas foi recuperada e funciona um pequeno auditório e espaço de exposições. Existe um relógio que funciona por meio de pedras penduradas por correntes. As pedras funcionam como a mola dos relógios mais pequenos, precisando de seis em seis dias de ser reposicionadas. O castelo foi feito nos séc. XII-XIV e está assente sobre rochedos graníticos.
Sai da aldeia em direcção à zona de lançamento do parapente. Sai pela parte cima de Linhares, por uma estrada que subia a encosta íngreme da serra aos ziguezagues. Por fim bem lá no alto, parei o carro onde uma manga usada para ver a direcção do vento assinalava o local de lançamento. Vê-se tudo daqui. Linhares (foto) fica lá bem abaixo, e aqui em cima podemos quase tocar as nuvens.
A etapa mais longa da minha viagem estava a começar. Ir em direcção ao Piódão, passando por Manteigas, subido o vale glaciar até à Torre, descer a serra por S. Romão.
Mais de 100 km em pela Serra da Estrela e Serra do Açor. Começo por passar por Gouveia outra vez, seguindo as indicações que me indicavam Parque Natural da Serra da Estrela. A partir daqui “só” faltam trinta e poucos quilómetros para Manteigas. Estrada de serra sempre subir, curva contra-curva, excelente para que gosta de conduzir. Vista cada vez melhor, de vez em quando via-se a estrada por onde iríamos passar. Em certa curva a indicação de “Cabeça do Velho” e mais à frente uma escultura feita pela natureza (foto).
Começam a surgir os primeiros sinais da grande probabilidade da existência de neve no Inverno a esta altitude, os típicos postes às riscas pretas e amarelas. A estrada para de contornar a encosta e dirige-se para o interior. Faço um pequeno desvio para ver a barragem do Vale do Rossim (foto). É a partir aqui que nas minhas memórias vêm ao de cima. Quando fazia atletismo e vinha para com o grupo fazer caminhadas por estes lugares.
Quando planei este percurso, tive sempre em mente passar por local que há muito não passava e que me deixaram saudades. Andar por meio da serra fazendo nós os caminhos e passando por sítios como o Vale do Rossim, Sabugueiro, Ribeira da Caniça, Senhora do Desterro.
A estrada até Manteigas dos percursos mais incríveis que pode existir. Nunca mais se chega, curva apertada, contra-curva apertada, gancho para a direita, gancho para a esquerda (foto). Juntem a isto uma estrada deserta, estreita e com caruma nas bermas. Condução emocionante por ali a baixo, com mudanças de caixa constantes e direito a dor no pescoço.
Em Manteigas (foto) parei para encher o depósito da carrinha, ficando descansado em relação ao combustível.
A partir daqui, é sempre a subir em direcção à Torre, ponto mais alto de Portugal Continental. A estrada segue por um vale glaciar (foto) que em sido fustigado pelos incêndios nos últimos anos. Tudo queimado e em alguns pontos, a estada já começo a cair.
A Torre (foto) está coberta de nuvens, o vento sopra com força e a temperatura é baixa. As nuvens cobrem os radares. Estacionei o carro e fui dar uma volta, pois já estava há algumas horas a conduzir e precisava de esticar as pernas. O meu pescoço precisava também de outra posição por uns minutos. Dei uma volta ao edifício onde funciona um centro comercial, o mais alto do país. Caminhei pelo parque de estacionamento onde param os autocarros. Típicas excursões de fim-de-semana, com famílias inteiras a falarem aos berros, conseguindo sempre ser o centro das atenções. Gente da província, fazendo sempre o maior estardalhaço possível. Os que o pessoal da cidade apelida de “bimbos”. O minha opinião é que são almas que não apreciam por onde passam, não respeitam o lugares por onde param a fazer picnics, deixando sempre o lixo onde comeram. Bom exemplo é as traseiras o centro comercial com a malta desenrola a manta e tira para for a panela com qualquer coisa, quer seja cozido, peixe ou carne, e depois deixando os restos. Tenho pena que seja assim e dou graças a ter nascido num local de Portugal que me proporcionou a cultura que tenho e cultivei, o respeito que tenho por tudo o que me rodeia. Passo por estes estranhos como se não tivessem lá.
Continuando a dizer mal, o centro comercial parece um bazar que pais árabe, com um ar um pouco duvidoso, com lojas atulhadas de coisas até à porta. A casa de banho uma vergonha. Exigente? Claro que sim, pois é a imagem que está em jogo. É melhor ficar por aqui.
Sinto o ar da serra ao andar ao ar livre. Vou até à zona para as cadeiras de ski, um bom transporte encosta a baixo. Caminho lentamente em direcção ao carro. Passo pelo marco geodésico da Estrela (foto), que assinala o ponto mais alto de Portugal Continental. Reparo que é o único marco geodésico que conheço que é feito em pedra.
Percorrendo as estradas da serra em direcção a S. Romão, revi passado recente na serra, por se percorria aquelas encostas inclinadas, percorríamos as levadas e passávamos por sítios sem caminhos. A estrada é larga e boa para uma estrada de montanha, não existe transito. Passo pela Lagoa Comprida nas não paro. O meu cansaço mais a noite mal dormida começava a dar sinais. A paciência começa a ser pouca. E ainda tenho de ir até Lisboa…
Num cruzamento sem sinalização, saio da estrada para uma doutra secundária (foto) que vai até a S. Romão. Passo ainda pela Senhora do Desterro e pela sua central eléctrica.
Em S. Romão paro para compara uma broa de milho para os meus pais. É incrível mas parece que começo que espaço como se vivesse lá. Também pouco mudou por estes lados.
Apanho a nacional 231 e depois de apanhar uma outra que me leva à N231 e a Vide. Poucos metros depois de sair de Vide, existe uma indicação para a direita que indica “Piódão 15km”. A estrada tem metade da largura e o dobro das curvas (foto). A média está no 20-30 km/h. A paisagem é incrível. Deixando de lado os típicos pinheiros queimados, esta zona tem vales tão profundos e pico tão altos que é preciso por a cabeça fora do carro para os ver. A condução torna-se difícil devido à quantidade de curvas cegas que existem. Quando há um cruzamento com outro veículo, há que negociar bem o espaço. As povoações que habitam por aqui sobem as encostas íngremes como trepadeiras. Ficou-me na memória uma terra que tinha meia dúzia de casas ao pé da estrada, e depois subia a encosta uma escada que dava acesso às outras casas.
Meia hora depois estou no Piódão, meio desesperado com 1 nabo à minha frente que nunca deve ter passado de 1º o caminho todo.
Nomes de terras: Rodeado, Malhada das Cilhas, Nossa Senhora da Ajuda, Colce da Eira, Quinta da Barroca Seca, Malhada do Vitoreiro, C. Vitoreiro, Outeiro Grosso, Outeiro da Malhada do Muro, Casas Figueiras, Foz da Égua, C. do Baloção, Covita, Moinhos, Outeiros dos Bardos, Eira da Bocha, Pés Escaldados, Chão de Égua, Outeiro do Penedinho, Outeiro da Boxa e finalmente…
Piódão (foto). O sitio mais isolado onde estive em Portugal. Devem existir outro bem piores, mas ainda não fui lá. É uma terra para não ser visitada em Agosto ao fim-de-semana. Claramente não tem capacidade para tantos carros e pessoas.
Aldeia com telhados de xisto que fica no meio do nada, mas que vale a pena ser visitada, pelo seu enquadramento na Serra do Açor, pelas suas casa com telhado diferentes, portas e janelas azuis. Queria ter visitado Piódão à alguns anos atrás, quando uma densa floresta a envolvia e que distinguia melhor da encosta. O verde das arvores contra o escuro do xisto. Tem sido feito em esforço para substituir os telhados de telha normal para xisto e algumas paredes brancas também para xisto.
Um ou dois dias antes desta viagem, ouvi uma reportagem sobre um café que tinham construído no largo principal. Usando todos os tons da aldeia, os materiais são modernos e ai está a polémica. Pessoalmente não dei por tal construção, só a identifiquei porque já a tinha visto na televisão, mas olhando bem, a Igreja Matriz toda pintada de branco fica lá muito pior. Pelo menos o café aos sábados está aberto, a igreja está fechada…
Polémicas à parte. Deixei o carro por entre muitos, uns bons metros antes do Largo Cónego Manuel Fernandes Nogueira (foto) que dá as boas vindas ao visitante. Aqui é o centro da aldeia, existindo “o café”, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a junta de freguesia onde funciona o turismo e o museu.
No museu arranjei um mapa de Piódão. Dei-lhe uma vista de olhos para me orientar. Havia dois percursos assinalados, um deles tinha uma simpática nota de rodapé que dizia: “ATENÇÃO - Percurso longo e de acesso difícil. Aos menos habituados a caminhadas aconselha-se estar em boas condições físicas e ter “calçado adequado”. Mas que raio é que eles estão a falar? Difícil? Botas serão calçado adequado? Vamos lá desmascarar estes mentirosos.
Subindo a escadas da Igreja Matriz, e em poucos metros sou envolvido pelas ruas estreita, onde tudo é feito de xisto, menos as janelas azul de alumínio, material que substitui na perfeição a madeira. Há medida que percorro estas ruas em direcção à Eira Comunitária, ponto mais alto da aldeia, vejo que a nota de rodapé se aproxima “ligeiramente” da realidade.
Chegou à parte do downhill. Ruas estreitas, curvas contra-curvas, degrau altos, cantos e recantos e mais uns quantos desníveis.
Chego a um caminho que atravessa a aldeia em direcção às Chãs e Foz d’Eguas, começo a caminhar por ele afastando-me da aldeia (foto). Lá em baixo corre o Ribeira de Piódão, caminhos entre casas abandonadas, talvez moinhos. Depois de uma curva, encontro uma estrada de alcatrão. Volto para trás.
Ao voltar a aldeia, passou pelo Posto Publico e entre duas casas corre água por uma série de degraus de xisto (foto). O engraçado é que passo por aqui meia hora depois, já não corre nada, será que fecharam a torneira?
No ponto mais baixo da aldeia, existe o que vem descrito no folheto como piscina natural, mas parece que as chuvas fizeram com que o ribeira arrastasse tudo pela encosta abaixo, transformando a zona num kaos, destruindo uma estrada que entretanto foi reconstruída e quase levando também a ponte velha (foto).
Boas casas, bons ambiente e ares, diferentes cenários mas estava na hora de voltar para casa. Três horas e meia depois estava de volta a casa, com muitas coisa para lavar e arrumar, com histórias para contar.

Fim do 6º Dia e da Viagem

domingo, agosto 27, 2006

Contornando a Serra

Mal me fiz à estrada, começou a chover torrencialmente. Parecia que estava à espera que eu arrumasse tudo para acontecer.
Primeira paragem do dia: Castelo Novo, a aldeia histórica mais bem localizada do país, a 3km da A23.
Deixei o carro até pé do posto de turismo, onde arranjei mais um guia e lá fui eu por aquelas ruas desta simpática aldeia, cumprimentando sempre quem passava.
Muitas casas de família, e do castelo mandado construir no reinado de D. Sancho I, só resta a Torre de Menagem que vigia toda a aldeia, e algumas parte das muralhas. No Largo Petrus Guterri, e escavada na rocha está uma Lagariça, de provável construção entre os séculos VII/VIII. De destacar o antigo hotel, edifício todo feito de pedra de 3 pisos com um grande varandim e águas furtadas.
Despeço-me se Castelo Novo sempre antes deixar de encher a garrafa no Chafariz da Bica, momento barroco com a pedra de armas de D. João V.
Aproveitando as boas estadas que existem agora na região, fui em direcção a Sortelha (foto) mais uma aldeia histórica, com vista para a Serra da Estrela. Das muralhas, também se consegue ver a Covilhã.
Por entre a vegetação, percorro uma estrada deserta sempre a subir. Acabo por chegar a uma povoação que não parece o que o folheto mostra. Sigo a indicação de castelo que me dá duas hipóteses. Opto pela direita e acabado por sair da povoação, sigo por uma estrada empedrada que me leva a um pequeno planalto descampado. O castelo aproxima-se. Deixo o carro numa das entradas e ao passar a porta deparo com um conjunto de casas em pedra escondida dentro das muralhas. Encontro o posto de turismo onde uma fria senhora de poucas palavras me fez sair dali para foram antes que alguma coisa má acontecesse, mas antes sem agarrar o guia da vila.
A visita começa nas Portas da Vila (foto), onde existe um Passo da Via-sacra. A partir daqui, somos envolvidos no ambiente urbano medieval. O percurso sobre ela Rua da Fonte até ao Largo do Pelourinho, passando por várias casas do séc. XVI. Ainda nesta rua e ao lado de uma casa com um janela manuelina, uma outra ainda mais antiga do séc. XV.
No Largo do Pelourinho (foto), existe como o nome indica um pelourinho datado do séc. XVI, a entrada para o Castelo, um passo da Via-sacra.
Continuando em direcção à Porta Nova, decido fazer o percurso por cima da muralha. Daqui de cima consigo ver toda a vila que as muralhas escondem, e o que existe do lado de foram. Dentro da muralha a Igreja Matriz ou de N. Senhora das Neves, com mais um Passo da Via-sacra. Passando a Porta Nova, chega-se à Torre do Facho e à Porta falsa de onde se tem uma vista a sobre a encosta este da Serra da Estrela e Covilhã, e uma a grande chuvada que estava para vir. Do lado de dentro a Torre Sineira (foto), e a Casa Árabe cuja denominação se deve ao facto de até há pouco tempo, se desconhecer o significado da inscrições epigráficas da ombreira da sua porta, que se atribui da ocupação árabe (séc. VIII). Hoje sabe-se que a inscrição é medieval e que significa “Jesus Ave Maria”.
Saído pela Porta Nova em direcção ao carro, o céu começou a ficar cada vez mais carregado. Últimos momentos para apreciar a vista ao pé de uma cruz de pedra e correr em direcção ao carro, porque os pingos de chuva começavam a ficar cada vez mais grossos. Último registo de Sortelha, o troço da Calçada Medieval, que percorri para chegar às muralhas. Se com todos os sistemas de amortecimento que temos agora nos automóveis, o percurso parece terrivelmente mau, o que seria no tempo das carroças…
Continuo para norte, tendo como objectivo Linhares da Beira, aldeia histórica e conhecida ultimamente pelos lançamentos de parapente. Preferi contornar a Serra da Estrela por norte do que atravessa-la. Com a A23 e a A25 tudo se torna mais simples e rápido. Uma pequena paragem em Celorico da Beira para levantar dinheiro. Utilizando a N17 comecei dirigi-me para sul a partir de Celorico.

Tinha pensado em ficar num suposto parque de campismo em Linhares, mas quando cheguei fiquei a saber que só funciona quando há parapente. Rumei a Gouveia onde fiquei no parque de campismo perto da cidade. Foi a noite onde tive mais frio, pois o ar gelado da serra descia as encostas e arrefecia tudo o que encontrava pelo caminho. A temperatura deve ter descido aos 8ºC, e eu com equipamento de campismo de Verão.

Fim do 5º Dia