quinta-feira, março 30, 2006

10 Mandamentos dos automobilistas

#Não usarei os piscas em qualquer situação;

#Não usarei as faixas mais à direita;

#Não respeitarei os outros condutores;

#Farei o máximo para irritar os outros condutores;

#Não pararei nas passadeiras;

#Se comparar um carro da gama alta, também compro todos os direitos e prioridades na estrada;

#Usarei todas as faixas de rodagem disponíveis para fazer uma curva;

#Pararei o carro em qualquer local, independentemente de estar a prejudicar terceiros;

#Estacionarei o carro o mais próximo do meu destino qualquer que seja o estado do lugar, independentemente de haver ou não um parque a 50 metros;

#Não usarei a cabeça (pensar) quando estarei a conduzir.

domingo, março 26, 2006

Sem Titulo

É engraçado como me acomodo. Sempre à espera… Mas de quê? De um milagre?Por vezes stresso de pensar que o nunca é palavras que manda, para me acalmar logo a seguir, de uma forma que não sei explicar. Safe Mode On, talvez para não acontecerem males maiores.
Já tentei muita coisa, mas sei que poderiam ter feito mais. Não gosto do passado, poucas recordações que se aproveitem. “tempo perdido”, diz o meu lado mais pessimista.

Esta tarde fui visitar o meu mundo, para me afastar disto tudo. Partilhei o meu tempo com outra alma. Quando a devolvi ao seu espaço, e com aquelas típicas músicas do rádio, o meu estado de espírito foi-se. Sinto um vazio como nunca antes…

1966

Nesse ano um incêndio tirou a vida de 25 bombeiros que o combatiam um incêndio na serra de Sintra. A beira da estrada estão duas lápides que lembram esse momento. Uma delas, colocada em 1990 por cima da entrada de uma mina (nascente), diz que ali tomaram abrigo os bombeiros, tentando escapar ao fogo, em vão. Poucos metros mais acima da encosta então plantados 25 ciprestes em memória destes homens. Para lá chegar, sobe-se umas escadas pelo meio da densa vegetação, até uma clareira, onde supostamente 25 ciprestes deviam estar plantados. Torna-se obvio que este tipo de árvore não se deu muito bem com os ares da serra. Mas o espaço está lá, e não sei porque, não é para ficar indiferente.

Malveira da Serra – Barragem do Rio Mula – cruzamento do Convento dos Capuchos – ….

Já há algum tempo que não corria tanto tempo (cerca de 1 minuto), mas desta vez foi para apanhar o autocarro! Mais uma vez a minha vontade de não sair de casa saio derrotada, mas foi por pouco desta vez. Se tivesse perdido o autocarro, voltava para casa e o programa para o dia era outro.
O dia parecia ser como qualquer outro dia nublado, mas foi progressivamente piorando. O sol que ainda cheguei a ver quando me levantei, e que ainda me deu esperanças de uma bom dia, desapareceu rapidamente.

Hoje o percurso passa por uma albufeira que há em plena serra de Sintra, mas nunca tinha ouvido falar. Tomei conhecimento dela pelas fotos de satélite que tenho. Despertou-se interesse devido ao seu tamanho em relação à famosa Lagoa Azul, cerca de duas vezes maior. Este local chama-se Barragem do Rio Mula.
Para lá chegar, utilizei um percurso marcado que tinha visto da última caminha. Depois de ter saído da estrada da serra (que vai do Linhó à Malveira da Serra), em direcção à Pedra Amarela, cheguei a num cruzamento onde tomei o caminho marcado da direita, que me levava a descer a encosta.
O que mais gosto nos percursos que faço é ser surpreendido. E podem não acreditar, mas não me lembro de nenhum que isso não tenha acontecido. A serra está cheia de sítios fantásticos prontos a ser descobertos. Uns fáceis de encontrar, outros que só as pessoas com um maior espírito de curiosidade como eu, são revelados por sorte ou não.
Encontrei uma estranha construção em pela serra, longe qualquer estrada asfaltada (significando acesso restrito), que não era mais nem menos que uma piscina natural. Sem vedação, sem nada à volta, aproveitando a agua que corria da serra, criou-se um pequeno espaço de retenção de água que tinha escadas de acesso, chão forrado de lajes de pedra, e até uma pequena zona protegida, tipo paragem de autocarro. Pensei que este espaço arranjado, no Verão seria um excelente sítio para uma pausa e banhoca para refrescar.
Continuei por uma caminho onde corria um fio de água. Hoje foi o dia que meteu mais água de todas as caminhadas que fiz. Já vão perceber porque. À minha esquerda vejo colmeias, e poucos metros mais abaixo deixo este caminho virando à esquerda. Entretanto, há algum tempo que tinha vestido o impermeável, pois as primeiras pingas do dia já tinham começado a cair.
Para chegar à Barragem do Rio Mula tive de passar por vários troncos tombados no caminho. Grandes pinheiros tinham sido cortados e impediam a passagem. Realmente não percebo qual o objectivo. Se é para o pessoal do todo-o-terreno não andar a dar cabo dos caminhos, o objectivo foi conseguindo, mas se houver um incêndio…
A Barragem do Rio Mula não tem nada de especial. Feita em cimento, que me pareceu já há bastantes anos, está a metade da sua capacidade, faltando ainda uns bons 3 metros para atingir o descarregador de emergência. Achei estranho pois a zona de Sintra não é assim tão verde pelos seus lindos raios de sol, mas também não sei qual o objectivo de construir uma estrutura deste tipo se não a aproveita.
Não existia vivalma, só uma dia muito feio, nada convidativo a sair de casa, e um céu que ameaçava cada vez mais cair-me em cima.
As marcas que segui até aqui desapareceram, e orientei-me a partir daqui pelas minhas fotos. Segui pelas margens da albufeira, por uma caminho onde uma placa indicava que era privado um número de telemóvel de uma qualquer empresa de segurança era referido. “Se é privado, que ponham cancela, caminho completamente aberto é publico…”, pensei. Mas a frente no dia encontrei uma cancela completamente aberta e metida na vegetação que dizia propriedade privada. Esta estrutura não era mexida à muito tempo, pois vegetação consumia-a lentamente.
Comecei a subir em direcção ao cruzamento do Convento dos Capucho, sempre a ouvir água a correr ao meu lado esquerdo. Neste momento já não se tolerava as pingas que caíam, e tive de por o capuz do imprevisível. Continuei a ouvir a água a correr, e de vez em quando olhava, para ver se conseguia ver alguma coisa por entre a vegetação densa. Adoro cantinhos onde corre água. Ver os caminhos escolhidos pela água, as suas soluções para contornar a vegetação.
De repente as coisas mudaram. Por entre a vegetação, vi isto. Fui em direcção ao som da água e descobri um dos sítios mais fantásticos da serra.
Desde a Barragem do Rio Mula, um carreiro e um ribeiro entrelaçavam-se entre as árvores. Dos cenários mais fantásticos que já vi, onde um ribeiro correndo num fundo de areia clara, corria, contornando todo o tipo de vegetação. O carreiro tenta acompanha-lo, passando de uma margem para a outra através de uma simples estrutura de madeira (foto), que se confundia perfeitamente com a paisagem.
A certo ponto tudo se misturava, deixava de haver leito e então, sobre um chão de areia, corria água entre as árvores. Era verem-se a chapinhar por ali acima todo contente.

Nesse ano um incêndio tirou a vida de 25 bombeiros que o combatiam um incêndio na serra de Sintra. A beira da estrada estão duas lápides que lembram esse momento. Uma delas, colocada em 1990 por cima da entrada de uma mina (nascente), diz que ali tomaram abrigo os bombeiros, tentando escapar ao fogo, em vão. Poucos metros mais acima da encosta então plantados 25 ciprestes em memória destes homens. Para lá chegar, sobe-se umas escadas pelo meio da densa vegetação, até uma clareira, onde supostamente 25 ciprestes deviam estar plantados. Torna-se obvio que este tipo de árvore não se deu muito bem com os ares da serra. Mas o espaço está lá, e não sei porque, não é para ficar indiferente.

terça-feira, março 21, 2006

Malveira da Serra – Convento do Capuchos – Penedo – Almoçageme – Azóia – Guincho

Acordei com a vontade de não ir a lado nenhum. Levantei-me, olhei para o céu e vi que estava nublado. Voltei para a cama outra vez. Fiquei deitado olhos fechados a tentar convencer-me que ia ficar em casa. De repente levantei-me, fiz o que tinha de fazer e sai ainda a horas de apanhar o autocarro, que tinha pensado apanhar.

Afastei-me da Malveira pela estrada que passa pela lagoa Azul, e vai em direcção ao Linhó. As casas começaram a ficar para trás, e aos poucos o céu ia limpando. Dia agradável com a temperatura a anunciar a Primavera. Sai da estrada em direcção à Pedra Amarela (foto acima), marco geodésico onde existe um posto de observação. Muito fácil de detectar à distância, pela existência uma estrutura de madeira que se ergue uns metro acima do cume.
Comecei a descer por um caminho que me levava à estrada de alcatrão, que vai para Peninha/Convento dos Capuchos. Existem marcas neste caminho, o que quer dizer que tenho de ir ao turismo de Sintra, para descobrir folhetos do percurso que passa por aqui. Chegando à estrada em alcatrão, optei por um caminho paralelo em terra batida, que me levava ao cruzamento do Convento dos Capucho. O caminho era bom as a vegetação era suficientemente alta para não se perceber onde se estava.
Um dos objectivos que tinha era visitar o Convento dos Capucho. O problema é que as visitas são guiadas. Acho que está mal feito, pois as visitar realiza-se de 1h30 em 1h30. Não acredito que a visita dure tanto tempo. Neste momento o recinto está tudo vedado, de modo a preserva o local e controlar as entradas. Desisti da visita visto que ainda tinha que esperar muito tempo. Fica para outro dia. A partir de agora orientei-me por um antigo guia do jornal “Expresso” que encontrei lá em casa. O percurso pelo interior da serra vai levar-me a uma aldeia chamada Penedo. Olhando à mesma para as minhas fotos de satélite tiradas do Google, havia qualquer coisa que não estava a correr muito bem. Não estava a perceber onde estava. Parecia-me que tinha seguido um caminho que tinha visto na foto, mas onde estava não coincidia ao que aparecia na foto. Segui os meus instintos, passei pelas traseiras do convento e comecei a descer um pouco perdido. Sensação terrível, mas mesmo assim continuei, pois devia ser mais ou menos para aqueles lados. Acabei por ver ao meu lado direito uma clareira perfeitamente visível na foto. E depois fez-se luz finalmente. Vi onde estava, tracei nova rota e percebi onde me tinha enganado. Pensava que tinha virado à direita num certo sítio e tinha virado uns bons metros antes, noutra bifurcação. Com isso, parece que perdi um ponto que tinha uma excelente vista sobre a zona norte da serra, dizia o guia.
Uma grande parte deste percurso é feito numa mata fechada, onde as árvores parecem sair de um mar de fetos.
O guia dizia para num certo sitio ir pelo caminho da direita, mas na foto via-se que o caminho mais curto era o da esquerda. Por isso escolhi o caminho, obviamente o pior, que parecia mais o curso de um ribeiro, com degraus interessantes de ultrapassar. Só faltava a água, justificando a opção do guia pelo outro caminho.
Numa descida mais suave, virei numa bifurcação à esquerda seguindo ao longo do muro da Quinta do Carmo, construído na cerca do antigo convento homónimo.
Desci uma calçada, fazendo o último quilómetro deste percurso até ao Penedo, num vale onde abundam as quintinhas, os terreiros, os jardins, as frescas sombras, as fontes, numa palavra, Sintra! Quando passei por uma ponte, numa pequena capela, com uma ribeira correndo ao seu lado.
Continue, subindo entre muros. Quando chegar a um entroncamento siga à direita e, mais à frente, na bifurcação corte à esquerda, de volta ao Penedo.

O Penedo (foto) é uma aldeia típica de serra, onde o relevo leva a não haver zonas planas que possibilitem uma rua principal larga, ou simplesmente que a maior parte das ruas dê para passar dois carros. Outras ruas e vielas dá para passar duas pessoas ao mesmo tempo e outras acabam em degraus e curvas apertada, fazendo lembrar certas ruas dos bairros típicos de Lisboa.
A igreja ainda conserva uma duvidosa iluminação de natal, e no seu largo existe um coreto que parece mais estar a atravancar o pouco espaço, do que relembrar tempos onde o rádio e a televisão eram ilustrações de uma qualquer banda desenhada futuristas.

Sai do Penedo em direcção a Almoçageme, seguindo por uma estrada que passava por várias casa antigas recuperadas.
Sigo a direcção da praia da Adraga que passa por Almoçagueme. Isto leva-me a passar por dentro da vila. Imediatamente antes da última casa, viro à esquerda para uma estrada que se foi degradando até ficar em terra e pedras. Uns metros mais à frente, cheguei a outra estrada que já conhecia. Para a direita iríamos em direcção às praias da Adraga, Grande, Maças, etc., para a esquerda, Cabo da Roca, Ulgueira, Azóia e Guicho.

domingo, março 19, 2006

À gincana ela Baixa

Fazer o percurso da Baixa lisboeta a pé, por exemplo, entre os Restauradores e o Terreiro do Paço, pode ser uma verdadeira gincana, como aquelas que se fazem nos pátios das escolas.
Quem sai do metropolitano nos Restauradores pode tentar fazer o desafio
: “Vou até à Praça do Comercio e não vou ser abordado por ninguém!” As probabilidade de isso acontecer são reduzidas. Começa-se pela estação do Rossio. Seguem logo, de todos os lados, pessoas de pasta na mão, a pedir dois minutos ou a querer saber se o jovem trabalha em Lisboa”. Pode ou não recusar-se. É ao critério de cada uma. Segue-se o percurso e poucos metros à frente, já em pelo Rossio, há um novo grupo. Para o evitar, por que não uma secção de equilibrismo à borda do passeio? “Pode ser que não reparem em mim.” Atravessa-se a estrada e vai-se para a placa central a caminho da rua Augusta. Um momento de descanso. Apenas um ligeiro agachamento e desviar do pombo que aparece vir directo, sustém-se a respiração e lá se vai de novo.
Entra
-se na rua Augusta, e o bombardeamento é contínuo: “Meu senhor, desculpe, quantos anos tem?”; “Não quer ajudar aqui a menina?” Não obrigado! Mas não são só as vendas e o time-sharing”. Não queres comprar haxixe?”, dispara um homem, enquanto mostra as mãos carregadas de droga, uma tablete de chocolate para os mais ingénuos. “Já viste estes óculos?”, diz outro. O Arco de rua, felizmente, já está ali ao fundo. Mas antes ainda se é puxado para comprar um coração de borracha. Aquilo que podia ser um belo passeio, acaba por tornar-se numa viagem aos ziguezagues.

inMetro”, 16/Março/2006, by Bruno Martins.

Tudo o que se descreve aqui já se passou também comigo, mas o pior de todos estes incidentes é sem duvida a venda de droga. Numa rua tão concorrida em termos de turismo há “misérias” que deviam ser erradicadas. Não é criar uma imagem de perfeição para turista se sentir bem, mas para nós nos sentirmos bem onde vivemos.

quarta-feira, março 15, 2006

Cores

A minha curiosidade começou a desvanecer-se: “ Como seriam as cores da Serra na Primavera?”
Ora aí estão elas! :D

segunda-feira, março 13, 2006

Malveira da Serra – Cabo da Roca – Guincho

A segunda paragem de autocarro de pois da Malveira da Serra, deixou-me a poucos metros do começo da jornada. Começou logo com a ascensão à Peninha a partir da Malveira, que curiosamente tinha decidido não fazer devido aos problemas que tive a descer, mas mudei de ideias. É o caminho mais rápido para chegar à Peninha, mas a que custo?

A primeira parte desta subida é feita numa estrada de cimento, porque a inclinação impediria qualquer veículo de subir, devido à falta de tracção, acabando num conjunto de pedras típico da região. A partir daqui o percurso continua cerca de 200 metros, contornando uma vedação.
A segunda parte da subida começa depois de uma curva apertada à esquerda, para continuar a contornar a tal vedação. Quase nem se dá por ele, pois pouco parece um caminho devido à quantidade de pedras e vegetação. “As botas não foram feitas para subidas com esta inclinação,” penso” estão-me a dar cabo dos calcanhares”. Solução: dar passos mais pequenos, tendo a vantagem de me cansar menos. Ponto mais alto da vedação, viro à direita e continuo a subir por uma trilho bem definido. Ao ritmo do meu passo, passa ao meu lado direito um conjunto de pedras. Uns metros mais a cima o caminho fica mais largo, suficientemente bom para qualquer tipo de veiculo circular.
Começo a terceira parte, bom piso, excelente vista. Lá em cima a Peninha, ao meu lado esquerdo o mar. Passei por uma fonte com uma tanque, onde corre um fio de água vinda das entranhas da serra.
Mais uns metro e cheguei. Aproveito para dar uma vista de olhos a uma edificação, que me aprecia tudo menos o que realmente era, uma antiga igreja. Edifício comprido, com cerca de 20 metros, sem campanário ou suporte para sino, sem símbolo religioso (não me admira roubado). Na entrada lateral existe um nicho que se destaca na parece. Lá dentro só o que não podia ser levado ficou. As paredes e ½ dúzia de pregos. Até existiam buracos no chão onde faltavam mosaicos. Há lixo por todo o lado. A entrada principal está virada para o mar e várias lajes fazem sólidos degraus. Apesar de tudo isto, esta estrutura parece-me bastante robusta.

Objectivo do dia. Fazer um percurso, a partir da Peninha, assinalado num folheto que arranjei, que passava por um conjunto de pedras chamado “Adrenunes”.
Ao sair da igreja, ao meu lado direito, existe um muro que é ultrapassado uns metros mais à frente. A partir daqui entrasse numa densa mata serrada, onde o nem se ouvia o som dos pássaros. A inclinação era acentuada (descer), o que me impelia a ainda mais para o seu interior. Como o céu estava nublado o ambiente ainda estava mais sombrio.
A aproximação a “Adrenunes” faz-se no meio de vegetação densa e em espiral. O engraçado é que sabemos que está lá mas não conseguimos ver por causa da vegetação, sendo a surpresa ainda maior. De repente a 5 metros de distância surge na nossa frente uma estrutura de pedra que mais parece uma anta. Lá de cima vislumbra-se o cabo da Roca, Peninha e várias praias de Sintra.

Tinha ideia de regressa do cabo pelo mesmo percurso que levava lá, através da Azóia. No entanto ao caminhar pela estrada que dá acesso ao cabo, já muito perto deste, olho para a minha esquerda e vejo uma estrada uns montes a seguir que tinha a certeza que me levaria à Azóia por um caminho diferente, que ainda não conhecia. Tinha uma ideia de comer qualquer coisa no cabo, mas sem grande vontade e com mais vontade de chegar ao caminho que tinha visto, comecei a andar para sul ao longo da falésia. Nos próximos minutos, duas subidas e duas descidas violentas fizeram sentar numa pedra, sem grande vontade de me levantar. Não tenho bem a noção da distância, mas talvez se em linha recta fossem 500 metros, na realidade era 1 quilómetro.
Comecei a descer em direcção a chamada malhada do Ouriçal (malhada é o nome que se dá a uma praia de calhaus, sem areia), por um trilho bem definido mas muito mau. Passei por um ribeiro que cai sobre a malhada do Ouriçal e subi a encosta seguinte no meio da vegetação sem encontrar grandes caminhos.
Parei por várias vezes para ver se havia caminho melhor, e para recuperar o folgo. Passei para o outro lado da encosta e voltei a descer, tendo em vista um trilho que subia a próxima encosta, e que dava acesso à enseada do Assintiz. No meio de tantas plantas rasteiras, sem ter a certeza onde por os pés, lá me escorregou a bota o que me levou a minha mão a apoiar-se numa planta espinhosa, muito abundante nesta zona. O resultado foi “ai!” e uma paragem para retirar os picos que ficaram espetados na pele. No dia seguinte parecia que a minha mão esquerda tinha sarampo.
Finalmente cheguei ao topo, onde encontrei uma pedra onde me sentar. Comi qualquer coisa e fiquei aí uns bons minutos a ver o cabo e o mar. Estava ali tão bem, que não me apetecia levantar. Que paz de espíritos naquele local…

O resto da viagem correu sem grandes sobressaltos. A estada levou-me directamente à entrada da Azóia passando pelo bar “O Moinho”. Era exactamente onde queria ir ter pela terceira vez consecutiva passei pelo areal do Guincho. Com os seus típicos habitantes diurnos.

quinta-feira, março 09, 2006

Tá mal, tá mal!!

Isto realmente só em Portugal. Então não é que o Benfica ganhou o Liverpool (relembre-se o Campeão Europeu), e quando liguei a tv esta manha estava a dar em todos os canais, até na SIC Noticias, a tomada de posse de próximo Presidente da Republica, que não me lembro agora o nome!
Esta nação vai de mal a pior. Como foi possível a politica ultrapassar o futebol! Daqui a bocado começa a fazer o debate mensal do 1º ministro na Assembleia da Republica à noite, para poder ser transmitido depois do Telejornal. Podia ser que o estado sempre fizesse mais algum dinheiro com as transmissões televisivas. Resta dizer que estes debates chegam a ser mais interessante que certos jogos de futebol, que conseguem ser tão maus que não se percebe que tipo de competição se está a assistir.

terça-feira, março 07, 2006

Ascensor da Graça

O ascensor de Graça, funcionou em a Rua Palma ao Largo da Graça. Com uma bitola (link1)(link2) de 900mm, percorria 730m, escalando 75m.

Este ascensor servia uma zona da cidade bastante populosa, implantada em terreno acidentado, o que dificultava a circulação. Seguindo o mesmo modelo do elevador da Estrela, sofreu com os mesmos percalços, acabando por ser desactivado, em 1909.

Era um ascensor do tipo Cablecar, da autoria de Raoul Mesnier de Ponsard, sendo a sua inauguração em 26 de Março de 1893.

domingo, março 05, 2006

Este Domingo

Numa entrevista que fui há uns dias disse que um dos meus defeitos era ser individualista, um pouco por ser filho único e estar habituado a fazer as coisas sozinho, mas que lutava para que contrariar um pouco essa tendência, porque estamos num mundo que não me posso isolar, porque precisamos uns dos outros. Ajudem-me sff.

Ultimo Domingo

15 minutos de caminhada. Cheguei à estrada que serpenteia serra acima, e que me leva, mais à frente, a decidir a ir para o coração da serra, ou para o meio dos turistas.

25 minutos passei pelo marco que indica que faltam 10 km para o pé da serra. Estou a mais ou menos a meio da subida, e com pouco tempo de caminhada percebi que existem pormenores que de carro não nos apercebemos. Numa curva acentuada à direita vemos o castelo lá em cima, o pormenor de uma pequena torre com relógio numa das casas que se encontra à beira da estrada, a água a correr à beira da estrada ou a sair de qualquer buraco no muro.

Marco diz que faltam 9 km Pé da Serra e 5 km Capuchos. O dia não está bom. De vez em quando aparece o sol atrás as nuvens, e tenta atravessar a densa vegetação da serra. Quando isso não acontece é noite em certos sítios.

Tenho 39 minutos e devo chegar aos capuchos em 1h15min.

Cheguei ao cruzamento no fim da subida. Tenho 42 minutos. Não sei porque, o percurso até aqui pareceu-me bastante rápido. Devo-me ter mentalizado que ia ser pior, por isso não me custou tanto.
O vento nas arvores faz um barulho, como se tentasse meter-nos medo, ou então com se quisesse disse alguma coisa, contar algum segredo, história ou enredo.

Tenho 51 minutos. 8 km Pé da Serra, 4 km Capuchos. Fiz 12 minutos no último quilometro. Considerando que vou o mais calmo possível para não sobrecarregar as pernas, a média está muito boa. Vou chegar aos capuchos mais cedo que esperava.

1h03min, 3 km para os Capuchos, a 4 km de Sintra.
Estou a passar por um local onde a vegetação é cerrada. Tenho pena que as arvores não possam deslocar-se, para poderem ver a sorte que têm ter nascido aqui. A falta de respeito com que são tratas noutros sítio, leva a perguntar: “Porquê?”. Os incêndios são o mais devastador perigo que as afecta. Felizmente esta parte da serra não tem sido muito afectada. Seria terrível.

1h38min, Convento dos Capuchos.
Neste momento estou numa clareira onde tenho várias opções de escolha: Convento dos Capuchos a 200m, Pé da Serra a 3 km, Peninha a 3 km. Existem mais 2 opções, um caminho marcado que tenho de explorar um dia. Primeiro tenho de descobrir os folhetos referentes a estes caminhos. Para a colecção. A outra opção leva-nos por outros caminhos de terra batida, a local que têm de ser explorados outro dia.

1h55min, memorial aos bombeiros falecidos em 1966.
A estrada que nos leva a Peninha é praticamente a subir. Poucos metros depois de entrar na estrada, vejo lá bem em cima um monte de pedras típico de como acabam os picos aqui em Sintra. Lembro-me que na Peninha existe um placar com informação sobre o seu motivo. Pelo que me lembro, tem a ver com falhas na crosta terrestre que são aproveitadas para uma grande pedra sair, devido a forças exercidas sobre elas, que depois se fragmenta ao sair. A explicação está assim um pouco má, mas prometo que da próxima vez que estiver lá, leio com mais atenção o que está escrito.

2h01min, cruzamento com direcções para a Malveira da Serra ou Peninha/Azóia
Existe uma casa abandonada a poucos metros daqui. Vê-se o que resta dela pelo meio da vegetação. Bela casa, por sinal, mas talvez um pouco isolada de mais para se viver lá. Existem várias casas como aquela, espalhadas pela serra, memórias de outros tempos os quais a natureza se encarregou de reconquistar.

2h11min, acabei de passar por uma pequena fonte que tem um pequeno miradouro. Estavam lá uns escuteiros a preparar um bacalhau com batatas (!). Aproveitaram a água para lavar o bacalhau. O estranho disto tudo foi ele terem vindo de carro até aqui. Estilo, os escuteiros não é suposto andarem a pé?

2h22min, cheguei ao ponto mais alto da estada. Lá em baixo, ou mais à frente, estão os parques de merendas, que normalmente estão cheios de pessoas. O tempo fez com que hoje estejam desertos. Lembro-me que quando vinha dar as minhas voltas de bicicleta por estes lados, a partir deste ponto era sempre a descer até ao Guincho, uma maravilha. Estou quase na Peninha. Estou cheio de fome.

2h42min, resolvi almoçar numas pedras que parece serem chamadas “Pícaros Novos”. Quando passei pelo parque das merendas, reparei que ao meu lado esquerdo, bem próximo da estrada existia um monte típico de pedras. Não resisti e resolvi explorar. A subida até ao topo é muito fixe, passando entre rochas e trepando e saltando de rocha em rocha. A vista e, como na Peninha, é incrível. Vi uma grande chuvada a cair lá ao fundo, o Guincho em baixo, a Peninha ali já a seguir.

3h10min, Peninha.
Descanso aqui mais um pouco, preparando-me para a última parte da caminhada. A toda a volta o mundo. O mar, o céu e as nuvens. O Cabo da Roca, o Guincho, toda a Linha e Lisboa. Com alguma dificuldade, vê-se o Cabo Carvoeiro e as Berlengas, o cabo Espichel e a Arrábida.
As rajadas de vento fustigam o convento. Divirto-me a ver uma grupo de barulhentos escuteiros a andar para trás e para a frente, tentando perceber qual o caminho que o mapa indicava.

3h56min, a caminho da Malveira da Serra
É a primeira vez que ando por este caminho. Peguei em fotos de satélite do Google Earth e tracei um caminho para chegar à Malveira. O problema é que não tenho a noção da inclinação no terreno, vedações etc. O que aconteceu é que uma vedação me levou a tentar contorna-la pelo lado pior. Silvas e plantas espinhosas típicas da serra estavam lá a marcar o seu território. Depois de cerca de 50m de mau caminho, voltei para trás e contornei a vedação pelo outro lado, o lado correcto. O caminho é quase sempre muito inclinado e com pedras soltos. Tenho de me lembrar para não fazer o percurso inverso. Subir isto deve ser ainda pior…
Ainda poucos metros depois da Peninha, passei por uma fonte com uma tanque para lavar roupa (foto abaixo). Estrutura interessante com restos de azulejos anda visível, no interior.

4h29min, estou ao pé do mar no topo da arriba que me leva a uma praia de areia que tive da outra vez. Estou a ficar cansado, e decidi que não estou para andar mais 1h45min até Cascais, a partir do Guincho. Vou apanhar o autocarro no Guincho e mais nada.

4h46min, forte do Guincho (foto abaixo), perto da praia do Abano. Resta-me só o areal do Guincho para acabar o dia de hoje.

sábado, março 04, 2006

Chuva Molhada

Tou de rastos! Passei o dia todo em viagem. Todo o dia teve mau tempo. Conduzir à chuva e de noite é terrível. O esforço que se faz para se perceber os limites da faixa de rodagem... Depois é por limpa pára-brisas a funcionar, desligar limpa pára-brisas, ligar máximos, ligar pára-brisas traseiro, desligar máximos, bla bla bla. Comecei a ficar tão cansado que, por vezes, comecei a baralhar os manípulos. Bah!
De volta casa, ligo o pc, ligo o monitor e não acontece nada, digo e desligo várias vezes e continua sem funcionar (monitor). Peguei no portátil e não quis saber. Sentei-me/deitei-me no sofá e dei uma volta pela net para saber as novidades. Ameaça de chuva para amanhã. Só ameaça. Vou na mesma a Sintra, mesmo que chova, se não me convencerem do contrário. Vou tomar um banho e comer qualquer coisa...
(esta tarde)

sexta-feira, março 03, 2006

Ascensor do Chiado

O ascensor do Chiado ligava a Baixa ao Chiado, entre a rua Nova do Carmo e a rua do Crucifixo, passando pelo interior do antigo Hotel Universal. O facto de se encontrar construído dentro de um edifício particular acarretava algumas indefinições relativamente à fiscalização, muito embora fosse um ascensor ao serviço do público. Acabou por ser integrado nos Armazéns do Chiado, em 1913, desaparecendo o seu carácter público.

Era um ascensor hidráulico, da autoria de Raoul Mesnier de Ponsard, sendo a sua inauguração em 15 de Fevereiro de 1892.

quarta-feira, março 01, 2006

Fenómenos atmosféricos

Existe uma nuvem negra, que se está a formar por cima da minha cabeça já há algum tempo. Tem vindo a crescer, devagar, aos poucos, com o seu tempo. Mas cada vez me faz mais sombra, e a minha sombra cada vez se confunde mais com o chão.
Mas é uma nuvem diferente de das outras, não molha mas pesa…

Espere um momento, sff

Sinal Vermelho

Sinal Amarelo

Sinal Verde

(não esquecer de arregaçar as calças)

Ascensor da Estrela

Este ascensor, propriedade da Cª. dos Asc. Mecânicos de Lisboa, o terceiro a ser construído em Lisboa, previa que o trajecto de circulação chegasse à Rua de S. João dos Bencasados, actual rua Silva Carvalho, em Campo de Ourique, mas apenas chegou ao Largo da Estrela. O percurso extenso e acidentado originava um serviço de transportes irregular, o que levantava os protestos dos utilizadores.
Era um ascensor do tipo Cablecar, sendo o seu serviço de 1,7km (bitola (link1)(link2) de 900mm), ligava o Lago de Camões ao Largo da Estrela, funcionou de 15 Agosto de 1890 a 3 Julho de 1913, acabando por ser substituído por carros eléctricos. Foi da autoria de Raoul Mesnier de Ponsard.
Chegou a montar com o ascensor do Chiado um serviço de correspondência, mas a morte de um levou ao encerramento do outro.