quinta-feira, junho 14, 2007

Malcata 1

Por entre aldeias perdidas e barragens, pinheiros e caminho de terra, andei eu no primeiro dia de viagem na Serra da Malcata. Primeiro foi uma paragem em Penamacor onde tive uma pequena apresentação da serra por uma senhora do posto de informação da reserva da Reserva Natural da Serra da Malcata. Saindo de Penamacor, passagem pela barragem da Meimoa (foto) em plena serra, com o céu azul e a vegetação espelhada nas suas águas. Muita calma sempre por estas paragens. No cimo do monte, aerogeradores dando um novo movimento ao local.
Malcata é uma vila no fim da estada de alcatrão. Ainda se vê rua com casas de pedra e telhados de xisto, com a suas escadas em pedra que dão acesso ao primeiro andar. Janelas e portas feitas de madeira. Infelizmente muitas estão abandonadas, mas pior ainda outras foram substituidas por miseráveis exemplos de quem emigra.

A tarde foi passada em viagem pelas aldeias do norte da Serra da Malcata, chegando a ir muito perto da fronteira.
Perdida no meio da serra a nascente do Rio Coa, com a sua água fresca, perto de um parque de merendas que aproveita a estranha forma das pedras no local para se servir delas como mesas.
Decidi ir para o parque de campismo mais cedo, aproveitando o bom final do dia para ir a Monsanto para uma secção de fotos nocturna. Parque de campismo do Freixial fica entre Penamacor e Espanha e parece-me ser um dos parque mais zens que tive. Chegei ao fim da tarde de um dia com ceu azul, sol a por-se entre as árvores. Montei tenda num ervado a ouvir o som da água a correr no ribeiro a 2 metros de mim. O coachar de alguns sapos anunciavam o fim de um dia quente e o início da noite. Devem estar sem exagero 5 grupos de pessoas no parque. Tenho uma tira de terreno de 60x5 metros só para mim, um estacionamento de 60 metros só para mim, uma casa de banho, lava louças e tanque :D

Janto meio à pressa e vou direito o Monsanto. Não existe ninguém nas ruas. Um ou outro morador nada mais. É Junho, os poucos turistas já há muito foram embora. Estacionamento no miradouro pricipal só para mim. Em dias “normais” esta zona está o caos. Devo ser o único turista na rua a esta hora. Subo ao castelo que está deserto. A toda a volta as primeiras luzes vão-se acendendo. Barragem de Idanha reflete ainda o azul do céu. Monsanto começa a acender as primeiras luzes. A primeira a dar notícas da chegada da noite é a Torre do Relógio com o campanário iluminado. A toda a volta começo só a ver pontos luminosos, como aquela imagem da Terra vista do espaço à noite. Desço de novo para a aldeia indo atrás das sombras, fotografo tudo o que me agrada.
De volta ao parque, a noite é deles, dos sapos, das rãs, que não se cansam de chamar pela chuva. É incrível a quantidade de sons. Escrevo este texto enquanto bebo um chá e como uns biscoitos.

Fim do 2º dia

2 comentários:

Anónimo disse...

... e vê lá se ofereceste algum biscoito aqui ao pessoal!!!! tsss tssss
Tens uma tenda muito à frente!! Isso é para afastar ou atrair os ETs?

Jinhossssss

josnumar disse...

Um passeio que vai ficar na memória. Caro amigo, Malcata ainda é uma aldeia e não Vila. Tendo eu nascido nessa terra interior, quando ando pelas ruas da aldeia observo com alguma mágoa aquelas aberrações que alguns dizem ser "construção de maisons". Tenho pena que as pessoas em vez de aproveitarem os materiais que a natureza gratuitamente lhes oferece(pedra de xisto) não seja mais usada na construção e reparação das habitações. Volte a Malcata sempre que a oportunidade lhe aparecer. Será bem recebido.E com os olhares e opiniões dos visitantes, quem sabe se Malcata ganha nova vida.